Trabalho com linhas promove vivências criativas com alunos da Educação Infantil

Atividades foram planejadas com a proposta de ampliar o olhar das crianças do Grupo 4 para as artes, por meio de produções criativas.  

No Oswald, diversas linguagens estão presentes diariamente na rotina das crianças. Seja por meio do uso de materiais ou de cenários variados, as propostas apresentadas no trabalho com linhas contribuem para a ampliação do uso do desenho como forma de expressão e também possibilitam que as crianças desenvolvam narrativas descrevendo ideias, observações, vivências e sentimentos.

“Na busca por ampliar o olhar e o envolvimento das crianças durante suas produções de desenho, desenvolvemos uma sequência de atividades com linhas. Iniciamos essa sequência conversando sobre as linhas no espaço, explorando-as com as mãos, os pés, os movimentos corporais. Na sequência, oferecemos diferentes materiais para que produzissem suas próprias linhas em composições, desenhos e pinturas”, explica a professora do G4 da Educação Infantil, Francine Conrad Fonzaghi.

De acordo com a educadora, as propostas foram planejadas com o objetivo de ampliar o olhar das crianças para suas produções, de forma que elas pudessem perceber suas ações e as marcas produzidas. “Para ampliar o olhar das crianças em relação às linhas em desenhos e pinturas, começamos com observações de obras de arte e conversas sobre o que é a linha”, contextualiza Francine. 

Em suas definições sobre ‘o que é a linha’, as crianças enfatizaram:
“A linha é o que tem no seu casaco.” 

“Tem uma linha aqui na sala e tem outra aqui, e outra aqui.” 

“É, e tem linha na porta.” 

“A linha pode ser de crochê.”

“Linha é uma coisa que você pega e põe no chão, tipo uma fita.”

“A linha é uma coisa que às vezes tem no chão. É tipo um barbante, mas um pouquinho diferente porque existem linhas um pouquinho mais abertinhas.” 

“É uma coisa assim como tem dentro da nossa mão.” 

“É alguns buracos que é reto.” 

“Ela pode ser grandona e colorida.” 

Para a realização da atividade, foram oferecidos materiais diversos para que as crianças pudessem produzir desenhos com linhas, como nanquim, caneta preta, barbante, lápis de cor, carvão, garfo sobre a cola, palito de sorvete sobre a cola e palito na areia. “Em algumas propostas, elas ouviram músicas e suas linhas ‘dançavam’ pelos espaços, o que ampliou a concentração e o envolvimento das crianças durante seus desenhos, pois, ao longo da escuta, atentavam-se ao andamento da música, modificando os movimentos para a produção das linhas.” 

Enquanto desenhavam, as crianças também criaram narrativas, tecendo comentários sobre suas produções e estabelecendo relações entre o que produziam e as vivências cotidianas. Ao longo das atividades, as linhas dançaram, deslizaram, rodaram e compuseram trabalhos e experiências incríveis.

Essa sequência de atividades foi para além da exploração das linhas e das marcas produzidas. Ela possibilitou às crianças que, durante suas produções, construíssem narrativas e histórias, transformando seus desenhos e o processo da produção em uma experiência única, carregada de significados, aprendizados e representações. 

Na proposta ‘A dança das linhas’, na qual desenharam com pincel e nanquim enquanto ouviam valsas, as conversas transformaram os desenhos em uma grande história, contada pelos alunos: 

“A minha linha se encontrou com outra linha e elas tão dançando.”

“A minha também, ela é uma princesa que tá num baile.”

“Estou rodando e rodando e rodando e rodando.”

“As minhas linhas estão em zigue-zague dançando.”

“Elas não vão ficar tontas?”

“Não, essa outra linha segura ela.” 

Algumas atividades também possibilitaram que as crianças produzissem linhas e as preenchessem pintando:

“Aqui repete, repete, repete.”
“Tem um padrão igual o da África.” 

Além de as crianças estarem imersas durante o processo da produção, conversas sobre a presença de linhas na natureza e nos espaços ao redor estiveram presentes no cotidiano:

“Olha a linha da árvore. E tem mais um monte de linhazinhas.” 

“É uma linha alta, né?” 

“É mais alta do que meu pai.” 

De acordo com Francine, as atividades proporcionaram uma profunda investigação sobre o desenho e suas possibilidades, criando características próprias. “Foi evidente o envolvimento e a interação de todos durante as atividades, assim como a mudança de postura e interesse pelo desenho. O grupo descobriu novos significados para o desenho, utilizando-o como forma de pensar e representar sensações e observações do mundo que os cerca”.

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