Coordenadora do CLIP dá dicas de leituras para jovens
Nas aulas de Língua Portuguesa, alunas do 7º ano do Ensino Fundamental II realizam entrevista com a Coordenadora do CLIP – Centro de Leitura, Investigação e Pesquisa.
Por Laura Ruggiero Leva e Marina Lublinski Ciavolella,
alunas do 7º ano do Ensino Fundamental II.
Nascida em São Paulo em 1979, Maria Luisa Rangel formou-se em Letras na USP e em Jornalismo na PUC. Fez doutorado de Teoria em Literatura na Universidade de São Paulo, fez pesquisa na mesma universidade e trabalhou em várias editoras diferentes, como Companhia das Letras e Ática. Além disso, ela também escreve sobre livros para crianças e adolescentes. Hoje, é coordenadora do CLIP do Colégio Oswald de Andrade.
Você gosta de ler? Se sim, por quê?
Eu gosto muito de ler, sempre gostei desde que tinha nove anos. Um dia, li um livro e falei: ‘‘Nossa!, esse livro é ótimo’’ e não consegui parar de ler. Desde então, passei a gostar de ler, pois ia em uma livraria muito legal com meus pais. Era um lugar que eu adorava, com uma pequena sala cheia de pinturas na parede e vários livros. Ela se chamava ‘Tantas Palavras’, ficava na rua Lisboa em Pinheiros, mas hoje não existe mais.
Não sei explicar porque gostamos de ler, acho que é uma viagem, gosto de ler quando o livro me ‘‘captura’’, quando me leva para dentro da história e começo a imaginar como se estivesse mesmo acontecendo.
Qual é o seu livro preferido e por quê?
Um livro que gostei muito é a ‘‘Casa da madrinha’’, de Lygia Bojunga, um outro que me chamou a atenção foi “Bisa Bia, Bisa Bel” e é claro, que também gostei muito do “’Gênio do Crime”, de João Carlos Marinho, sem contar a “Bolsa amarela”.
Qual livro você indicaria para pessoas que não gostam de ler? E para pessoas que gostam de ler?
Para quem não gosta de ler, não indicaria nenhum livro. Eu acho que aconselharia que a pessoa fosse em uma livraria muito bacana ou em uma biblioteca, ficasse um tempo lá e tentasse descobrir por ela mesmo qual livro ela gosta mais. Dentre um monte de livros, a leitura é muito pessoal. E pra quem gosta de ler eu indicaria todos os livros do Arthur Conan Doyle que fez o “Sherlock Holmes”.
Quais são seus autores ou autoras favoritos?
Eu acho que eu vou falar uma autora que me marcou muito quando eu era adolescente, ela se chama Lygia Fagundes Telles. José J. Veiga é um dos que eu gosto muito, vale muito a pena ler os livros dele e também do poeta Carlos Drummond de Andrade. Para adultos, gostaria de falar de uma autora fantástica chamada Conceição Evaristo e mais dois autores que conheci recentemente: Allan da Rosa, que é muito legal, e Lubi Prates, que é uma poeta.
Qual gênero literário você acha que os alunos de sexto ano mais se interessaram e por quê?
Por mim, quando estava no sexto ano, eu gostava muito de livros de mistério e de terror, pois eu achava que me dava um certo medo, mas, mesmo assim, eu queria continuar a leitura. Eu também gostava muito de romances, pois nesse tipo de gênero, a gente ficava mais tempo tentando descobrir o final da história.
Quando você estava no sexto ano, qual livro te marcou muito?
Dois livros me marcaram muito, um deles foi do José J. Veiga, “Sombra de reis barbudos”, pois ele foi à minha escola e nós conversamos muito. O outro é de um cara chamado Domingos Pellegrini, “Batalhas do castelo”, se passa na Idade Média, durante a peste negra, e é a história de um grupo de pessoas que passa pela Europa inteira em busca de um lugar para morar, até que eles encontram um castelo abandonado.
Você diria que livros são de extrema importância para a sociedade? Se sim, por quê?
Eu acho que sim, mas outra coisa importante é o acesso aos livros, pois não adianta a gente ter livro e a pessoas não saberem ler, não poderem comprar ou não poderem ter uma biblioteca para frequentar, então eu acho que mais importante do que os livros é que as pessoas possam ler os livros. Desde aprenderem a ler até se tornarem pessoas mais críticas, mais conscientes, mais sábias, para poderem entender o mundo de outra maneira.