Dicas Literárias – Dia dos Povos Indígenas
No dia 19 de abril, celebra-se o Dia dos Povos Indígenas, com fim de enaltecer as lutas e culturas das mais de 300 etnias indígenas que habitam em território brasileiro. Aproveitando a Semana Literária das unidades Madalena e Girassol, cujo tema de 2024 é “Leituras plurais”, selecionamos algumas obras de autores e autoras contemporâneos que trazem vivências, tradições e mitologias de diferentes povos originários.
Durante a Semana Literária deste ano, as unidades Madalena e Girassol adentram o tema “Leituras plurais”. A partir do contato com autoras e autores como bell hooks, Odilon Moraes, Maurice Sendak, Chimamanda Adichie e Cristino Wapichana, as crianças passeiam por vozes e estilos literários que iluminam diferentes sensibilidades e olhares, para dentro e fora dos livros.
Também com olhos e corações abertos para a diversidade, por ocasião do Dia dos Povos Indígenas, no qual reafirmam-se as lutas das populações originárias e dos mais de 300 povos indígenas em território brasileiro, indicamos algumas obras de autores e autoras contemporâneos que trazem vivências, tradições e mitologias de diferentes povos originários. Boas leituras!
*As sinopses sobre cada livro foram elaboradas a partir de textos disponibilizado pelas editoras.
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Tembetá – conversas com pensadores indígenas. Vários (Azougue Editorial).
A obra reúne seis entrevistas realizadas com grandes lideranças e pensadores indígenas: Ailton Krenak, Álvaro Tukano, Biraci Yawanawá, Eliane Potiguara, Jaider Esbell e Sônia Guajajara. É o primeiro volume de uma série que busca traçar um panorama do pensamento indígena contemporâneo, explorando temas plurais que extrapolam as questões indígenas, como cultura, educação, política, direitos humanos e ecologia.
A terra dos mil povos. Kaká Werá Jecupé (Editora Peirópolis).
O Brasil é a terra dos mil povos, que abrigou os filhos de muitas terras estrangeiras e que alimentou, com amor de mãe genuína, os milhares de povos indígenas que aqui habitavam há cerca de 15 mil anos. Quem eram e o que pensavam os primeiros habitantes desta terra? Neste livro, foi inaugurado um novo olhar, às vésperas do aniversário de quinhentos anos do descobrimento do Brasil, que nos revela o caráter absolutamente universal das tradições originárias.
O presente de Jaxy Jaterê. Olívio Jekupê. Edição bilíngue: português/guarani. (Editora Panda Books).
Kerexu tinha ouvido dos mais velhos várias histórias sobre Jaxy Jaterê, o protetor da floresta. Por ser poderoso, as pessoas podiam fazer pedidos a ele, mas a pequena menina não sabia como chamá-lo. Porém, sua prima conhecia o segredo e o ensinou a Kerexu. Certa noite, ela adentrou na floresta, realizou o ritual e fez um pedido. Será que Jaxy Jaterê irá atendê-la? Abra as páginas deste livro e descubra o desejo de Kerexu, e como termina esta lenda do povo guarani.
Lua menina e menino onça. Lia Minápoty (Editora RHJ).
Um conto escrito a partir das memórias da autora, que passou a infância ouvindo as lendas compartilhadas nos saraus de sua aldeia. A magia na relação homem-natureza se dá na junção de personagens carregados de cosmologia e diálogos marcados pela oralidade do povo Maraguá, do Amazonas, como forma de preservar os detalhes que ficaram na memória da menina que tinha a escuta aguçada para a fala dos mais velhos.
Contos da floresta. Yaguarê Yamã (Editora Peirópolis).
Mitos e lendas dos Maraguá são recriados nesta narrativa. Em textos curtos e cheios de suspense, animais fantásticos que protegem a floresta e acontecimentos mágicos que rondam as aldeias apontam a inesgotável fonte de mistério que é a natureza. No final, um glossário com termos da Língua Regional Amazônica e do idioma Maraguá.
Meu lugar no mundo. Sulami Katy; ilustração por Fernando Vilela (Editora Ática).
O livro traz reflexões para o público infantojuvenil sobre identidade indígena e diferenças culturais, a partir da autobiografia da autora, que sai de seu território e vai para São Paulo, onde vai divulgar a cultura potiguara marcada pela natureza, rituais sagrados e palavras sábias de um pajé.
Tomoromu – a árvore do mundo. Cristino Wapichana; ilustração por Maurício Negro (Edições SM).
Tomoromu, a árvore mais gigante da floresta, dava frutos doces e perfumados até que pessoas gananciosas começaram a explorá-la, mudando os rumos do lugar onde vivem os Wapichana e outros povos indígenas de Roraima. A narrativa conta a história de um tempo em que o céu morava mais perto dos seres vivos e todos falavam a mesma língua.