Escolhas no Ensino Fundamental II: autonomia e criação de percurso

A aluna Isabel Nassar Maruxo

São muitos os momentos de escolha e desenvolvimento de autonomia no Oswald, e no Ensino Fundamental II, com a chegada de novos desafios de aprendizagem, nossos alunos são convidados a criar um percurso próprio de aprendizagem.

Nas áreas de Corpo e Movimento, Artes e Oficinas, os estudantes podem fazer escolhas curriculares de acordo com seus interesses e desenvolver uma trajetória escolar pessoal. Isso acontece com a mediação da equipe de Coordenação, contando com regras específicas para escolhas e um projeto que garante o desenvolvimento da autonomia responsável entre os jovens.

Oficinas

Com a proposta de oferecer aos nossos alunos aprendizagens mais práticas e significativas de universos que, em geral, não integram o currículo comum escolar, já há cinco anos as turmas de 6º ao 8º ano do Ensino Fundamental II escolhem entre uma série de propostas de oficinas orientadas por especialistas.

A aluna Dora Bontempi

Os estudantes têm dez opções de Oficinas orientadas por um educador especializado na área, trazendo formações de caráter especializado. Com duração de um semestre, as oficinas tratam de temas como culinária, trabalho voluntário, marcenaria, educomunicação, competências socioemocionais, fotografia criativa, debates e dispositivos eletrônicos. As Oficinas também têm turmas mistas, formadas por estudantes dos três anos letivos, garantindo trocas entre os estudantes de diferentes idades.

Com isso, os alunos têm a oportunidade de vivenciar seis formações distintas e desenvolver novas habilidades de acordo com suas preferências. “Eu gosto desse formato e acho que é muito válido poder trabalhar com alunos do 6º e do 7º ano, podendo desenvolver habilidades de forma coletiva. A troca é muito rica e posso dizer que vivenciei experiências maravilhosas nas oficinas que participei”, explica a aluna Isabel Nassar Maruxo, do 8º ano.

Para Dora Bontempi, do 7º ano, é difícil escolher entre as opções. “Todos os temas são muito originais e é muito bom poder desenvolver o conhecimento em áreas como culinária e também na área socioemocional. Acho que, assim como eu, todos devem ter bastante dificuldade para conseguir fazer suas escolhas de forma mais pontual.”  

Já o aluno Tales Scarpa Florentino, do 6º ano, destaca as novidades do projeto, no Ensino Fundamental II. “Agora não podemos mais escolher os temas, mas temos que fazer as escolhas do que mais interessa, por afinidade. Uma das minhas escolhas foi a oficina Degustando Saberes e Sabores e estou adorando conhecer mais sobre os alimentos e as possibilidades de uso para eles”, destaca o aluno, que se surpreendeu com o que já aprendeu até o momento.

Educação Física e Educação Artística

O aluno Tales Scarpa

Com a opção de escolha, nossos alunos têm a oportunidade de exercitar a tomada de decisões de forma consciente: aprendem quando acertam e também quando erram. Segundo a aluna Alice Marcondes Crisci, que cursa o 9º ano e optou pelos cursos de Artes e também Capoeira e Circo, ter essa possibilidade de escolha é muito importante.

“Temos a oportunidade de manter contato com diferentes atividades e até mesmo entender melhor nossos gostos. Já fiz escolhas erradas por achar que gostava de determinada atividade, mas fui vendo que não era o que eu esperava e aprendi muito com essa experiência. Hoje consigo administrar melhor minhas escolhas”, conta ela, que passou a usar técnicas estratégicas para fazer suas escolhas dentro do programa.

Mais que escolhas feitas por afinidade, o engajamento dos alunos no processo de definir suas prioridades é um dos marcos desse projeto, desenvolvido para levá-los a desenvolverem um repertório vasto de linguagens expressivas e conhecerem áreas que não estão no contexto da educação considerada básica.

Nestas áreas, o processo de escolha é bastante mediado. Nos anos iniciais, 6º, 7º e 8º ano, os alunos são sorteados para cada uma das frentes das disciplinas de Educação Física e Artística. Esse procedimento, sempre conduzido e significado pela Coordenação com os alunos, garante a experiência em cada uma das propostas. Desta forma, quando chegar a hora da escolha, poderão fazê-la de forma consciente e aprofundada.

Já no 9º ano, os alunos escolhem entre os cursos de Dança, Habilidades Circenses, Capoeira e Esportes, dentro da área de Corpo e Movimento, pela disciplina de Educação Física, e atividades de Teatro, Artes Visuais e Música, pela disciplina de Educação Artística.

Todas elas são ministradas semestralmente por professores especialistas e atuantes na produção cultural brasileira, garantindo experiências e aprendizados ricos a nossos alunos.

Oficinas no 9º ano e Ensino Médio

O aluno Tom Altman

Ao final do Ensino Fundamental II, as turmas de 9º ano são convidadas para outro momento de escolhas e Oficinas. Desta vez, estarão junto às duas primeiras séries do Ensino Médio, criando novos laços e preparando a passagem para este novo nível.

As Oficinas Eletivas fazem parte de um projeto de ampliação curricular para as séries finais da escolaridade, pretendendo ampliar as possibilidades de experiências e vivências de nossos alunos, com foco nos fazeres práticos, autorais e criativos, investigativos e colaborativos.

Também com duração de um semestre e oito opções de cursos disponíveis, as novas áreas também trazem profissionais especializados nas áreas como educadores, mas com cursos que apresentam maior complexidade – tanto nos assuntos como nos recursos utilizados. Economia,  programação, desenho, metalurgia e marcenaria, jornalismo, percussão e videomapping são alguns dos saberes apresentados nas Oficinas para 9º ano, assim como para a 1ª e 2ª série do Ensino Médio.

Nosso trabalho organiza-se de modo a possibilitar ao aluno o aprendizado dos conteúdos formais e, simultaneamente, desenvolver habilidades essenciais a seu crescimento e autonomia.

Para Tom Altman, aluno do 9º ano, as Oficinas são uma oportunidade de desenvolver habilidades e estimular a busca pelo conhecimento. “Eu estou cursando a oficina “Fato ou Fake”, em que aprendemos a compreender melhor o processo jornalístico e saber da importância de saber se uma notícia é verdadeira ou não, aprimorando nossa observação sobre os fatos, e isso abre muitas possibilidades”, conta ele, que completa: “Fora isso, é muito bom poder ter esse momento para quebrar um pouco da rotina de estudos das demais disciplinas, como Matemática e Ciências, permitindo momentos mais reflexivos”, conclui.

 

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